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Renovação dos Votos Religiosos

7 de dezembro de 2016

Em 2015 a Igreja, atendendo ao pedido do Papa Francisco, celebrou o Ano da Vida da Consagrada, comemorando os cinquenta anos da promulgação do decreto conciliar Perfectae Caritatis, com o desejo de renovar o fervor daqueles e daquelas que se consagraram a Deus.
Sem dúvida foi um ano de muitas iniciativas e reflexões sobre a vida consagrada. Acredito que tenha reavivado em cada consagrado o desejo de viver intensamente o seu sim, não obstantes os desafios e obstáculos que se encontram dentro e fora dos nossos institutos religiosos.
Diante de uma nova renovação dos votos religiosos, não apenas aqueles que devem cumpri com esse dever, mas todos nós professos simples e solenes, somos chamados a refletir sobre o sentido da nossa consagração e de sermos religiosos.
Para tanto algumas perguntas podem nos ajudar nesse aprofundamento. O que é vida religiosa? Qual a sua natureza? O que ela tem à oferecer a Igreja hoje?
Em primeiro lugar, a vida é religiosa, é ainda hoje, um caminho especial para alcançar a santidade. São João Paulo II afirmava que “na manifestação da santidade da Igreja, há que reconhecer uma objetiva primazia à vida consagrada”[1]. E ainda:"Os santos e as santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis, ao longo de toda a história da Igreja. Hoje, temos muita necessidade de santos, graça esta que devemos implorar continuamente a Deus. Os Institutos de vida consagrada, mediante a profissão dos conselhos evangélicos, devem estar conscientes da sua especial missão na Igreja de hoje, e nós devemos encorajá-los nessa sua missão."[2]
Embora a palavra “santidade” esteja um pouco desgastada e tenha perdido o seu real significado, devido ao seu mau uso, o mundo precisa de santos e santas. Uma santidade comprometida com a renovação do fervor cristão e da sociedade. Precisamos de santos alegres e engajados.
Os institutos de vida consagrada, mediante a profissão dos conselhos evangélicos, têm o compromisso, antes de qualquer atividade ou apostolado, de serem fiéis ao chamamento à santidade. O povo de Deus espera ver nos consagrados, pessoas comprometidas com esse caminho.
O que significado ser santo?  O próprio nome do decreto conciliar sobre a vida religiosa indica o caminho: trata-se da "perfectaecaritatisprosecutionemconsecução da caridade perfeita". A santidade não é um moralismo – um cuidado escrupuloso com o que é ou não pecado –, mas um progresso no amor. A Igreja ensina que o amor verdadeiro deve ser caridade, tendo Deus como objeto formal. Isso significa amar a Deus, ao próximo e a si mesmo, por causa de Deus. Em sua condição, o homem experimenta uma espécie de "poder de destruição". Mesmo quando se dispõe a fazer as coisas certas, ele pode destruir aquilo que ama, colocando seu casamento, consagração, suas amizades e relacionamentos em perigo. Só amando as pessoas em Deus é que ele pode amar de verdade. A santidade, então, resume-se a isto: amar e crescer no amor.
Para chegar à meta, todavia, existem métodos, dos quais a profissão dos conselhos evangélicos se sobressai. Os religiosos, como se sabe, fazem esta profissão, com o fim de entregar-se totalmente a Deus, em holocausto, como chama de amor. É verdade que todos os cristãos, independentemente do estado de vida, podem e devem entregar-se a Deus. Os religiosos, porém, fazem um ato ainda mais generoso, ofertando até o que não precisavam dispor: os seus bens externos – pelo voto de pobreza –, o seu corpo – pelo voto de castidade – e a sua alma – pelo voto de obediência. Pela vivência cotidiana destes votos, eles são chamados a progredir até a "perfeição da caridade" – que é o fim para que tende toda a vida consagrada.


No dia 06/12 (ontem) os nossos queridos irmãos fizeram pela terceira vez a renovação dos votos de Pobreza, Castidade e Obediência; finalizando assim, os estudos acadêmicos e dando início à preparação para os votos Solenes. Parabéns por mais uma renovação dos votos e por desejarem seguir o caminho da santidade em nossa família religiosa.
Felicidades!
Por: Carlos Eduardo
 





[1]Vita Consecrata, 32

[2]Ibidem, 35

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